2013:
Otimismo ou pessimismo?
Leo Daniele
Uma senhora distinta, católica, muito moralizada, conservadora até,
costumava dizer que, em matéria de moralidade, todas as épocas da História se
equivalem, pois o que vale é a intenção, e um pecador de ontem pode ter tão má
ou tão boa intenção como o que faça algo muito pior nos dias de hoje. Que boa
intenção é essa? Se cada um dos dez mandamentos pode ser desobedecido “com boa
intenção”, porque Deus os teria instituído? Inútil trabalho.
Eram os anos 80 do século passado. Ao mesmo tempo que a Sra. dizia estas
coisas, Dr. Plinio previa, a respeito de uma pergunta da Folha de S. Paulo
sobre a censura à TV:
“Destravada de qualquer óbice na televisão, a nudez não tardaria a
passar do vídeo para a existência cotidiana. E isto importaria na implantação
da amoralidade nos costumes. É inútil acrescentar que tal fato acarretaria, por
sua vez, a extinção do matrimônio, e a implantação do amor livre”.
Como que vendo numa única visão futuro e passado, Dr. Plinio desce ao fundo
da realidade, e não se limita às previsões abaixo, que naquela época eram
impensáveis.
E assim, passo a passo,
“nada poderá servir de anteparo a que o mundo caia nos últimos
extremos da imoralidade ainda cogitáveis, como a
bestialidade por exemplo. À espera do dia em que certa ciência consiga
descobrir formas de abominação moral ainda inexcogitadas…”
E em nossos dias? Em contraste com a sra. do início deste artigo, afirma
o contrário ainda em dezembro de 2012 uma pessoa muito categorizada para
fazê-lo. Trata-se do Pe. Antonio Fortea, exorcista espanhol e autor de vários
livros famosos. Diz que a sociedade atual é mais pecadora que as anteriores:
“Os Santos que nos advertiram do pecado na Idade Média, nos séculos
posteriores, no século XIX, teriam ficado desolados ante o panorama atual.
Sempre houve pecado, mas nem sempre houve a mesma quantidade de pecados”,
declarou o sacerdote.
Mas… a mudança de ano pede uma mensagem de otimismo, e o site
Plinio Corrêa de Oliveira nos oferece esse terrível instantâneo da sociedade
atual?
Peçamos a Nossa Senhora que sorria para nós no ano que entra,
concedendo-nos abundantes graças de perseverança na luta por Sua causa.
Pondero que não devemos ser antecipadamente nem otimistas nem
pessimistas, mas “pessimólogos”, como dizia Dr. Plinio. O pessimólogo é
um entendido em ótimo e em péssimo, ambos com chances, com força de expansão,
com sua relativa dependência da vontade humana. Não cabe ter otimismo nem
pessimismo sem razão, ou seja, um otimismo ou um pessimismo a priori, ou
seja, antes de qualquer exame. O pessimólogo não é necessariamente um
pessimista. O que é preciso é ver a situação inteiramente como ela é, nem
rosa, nem azul, nem inteiramente preta ou de qualquer outra cor. Seria um mau
início de ano, por exemplo, fingir que a realidade merece um sorriso de
alegria sem reservas, se todo mundo sabe que não dá para isso.
E o caos geral, característica destes dias, não é nem rosa, nem
azul, nem inteiramente preto. Nele todas as cores se perdem num cinza imundo,
cheio de reflexos apagados de todas as cores
Quando não há convicção, algumas pessoas atendem ao: Você está sendo
filmado. Sorria! Este é o “sincero” sorriso da atualidade, um sorriso
falso, com uma ameaça por detrás!
Mas diz o Livro dos Provérbios: Se tu te mostras fraco nos dias da
adversidade, tua força não é senão fraqueza” E Dr. Plinio: Neste vale de
lágrimas, a alegria é a véspera do dia da luta; a luta é a véspera do dia da
glória.
Em outra ocasião disse:
O triunfo passa pela catástrofe, e as catástrofes são as cirurgias de
Deus na História, encurtam as curas, resolvem os problemas.
A cada ano que passa, estamos mais próximos deste momento. Entre o falso
otimismo e o falso pessimismo, optemos por ser “pessimólogos”, sob o olhar de
Nossa Senhora Sede da Sabedoria, que se apresenta a nós “como o exemplo da
razoabilidade, da ponderação, da medida em tudo que se pensa e se diz
Vamos sorrir sim, mas de uma maneira autêntica para o que diz Nossa
Senhora em Fátima: Por fim, meu imaculado coração triunfará.
E então ‒ ou desde já ‒ vamos sorrir para o sorriso dEla!
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