Impressionam-nos as inúmeras árvores com as quais nos deparamos ao caminhar por nossa Itu. Há dezenas delas em nossos bairros e centenas por toda cidade.
Nos dias atuais onde o ritmo nos obriga a tanta pressa, tanto trabalho, tanta praticidade, o tempo é escasso para dar uma parada e contemplar algo que está sob os nossos olhos, mas que não percebemos por culpa dessa agitação quotidiana.
Árvore robusta durante o verão, porém com aparência delicada ao sabor do inverno, quando suas folhas cedem espaço a incontáveis flores. A mente contemplativa encontra logo uma analogia interessante: assim comoo homem da “belle époque” vestiu-se bela e suntuosamente, assim o Ipê fica dignificado no inverno com sua requintada roupagem. E nessa elevação de expressão ambos se nobilitam assemelhando-se mais a Deus.
Ora, ocorre em nossos dias algo realmente lamentável. Por causa do distanciamento crescente que vai tomando com relação a Deus, ao deparar-se com tão magnífico Ipê, o homem de duas uma: ou olha para a bela árvore com um olhar insípido de um ecologista gnóstico ou, à maneira dos seres sem inteligência, expressa o mais intransigente descaso para com as maravilhas do Criador.
A era histórica que mais viveu da contemplação das belezas de Deus foi a Idade Média, por isso é chamada a doce primavera da Fé.
Quem contempla o Ipê da Praça Alfredo Barbi presta uma homenagem ao Criador, como quem faz uma oração ou uma meditação.