Ante a perda da
terceira parte do rebanho católico
Marcos Luiz Garcia
Blog Resistir na Fé
Os católicos
que realmente levam a sério a prática da Religião, receberam com imensa
consternação a notícia da diminuição gigantesca de irmãos na Fé. O último senso apontou uma redução, em 50
anos, de praticamente um terço dos católicos no Brasil! Talvez já não sejamos
mais o maior país católico do mundo.
Tal
consternação se justifica principalmente pelo fato de que a Santa Igreja
Católica Apostólica Romana ensina que fora d’Ela não há salvação. Esta verdade
está inteiramente clara no Símbolo dos Apóstolos ou Credo: Credo in Unam
Sanctam Catholicam et Apostolicam Ecclesiam. Creio na Igreja Una Santa Católica
e Apostólica.
Ensina o
Catecismo da Igreja Católica: “Fora da Igreja não há salvação: Como deve
entender-se esta afirmação, tantas vezes repetida pelos Padres da Igreja?
Formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça
pela Igreja que é o seu Corpo” (Parágrafo 846).
Portanto, a
coerência de tal ensinamento nos leva à triste convicção de que as almas que
rompem com a Igreja Católica, caso não se arrependam, correm sério risco de
condenação eterna. Não nos esqueçamos, aliás, que Nossa Senhora quis confirmar
a existência do inferno e a condenação das almas mostrando-o aos pastorinhos em
Fátima, a 13 de julho de 1917.
Há,
entretanto, outro fator preponderante para a consternação dos nossos; é o fato
de os católicos estarem abandonando a Igreja por causa de uma força centrífuga
autodemolidora, instalada no próprio seio d’Ela, conforme já apontou o Papa
Paulo VI em dezembro de 1968.
Nossa Santa
Religião está encharcada de elementos que a desfiguram inescrupulosamente vinte
e quatro horas por dia, propulsionando assim, direta ou indiretamente, para a
apostasia, as almas que buscam a autêntica espiritualidade da Igreja Católica.
Frustradas
dentro da Igreja, decepcionadas com uma quantidade não pequena de pastores mal
orientados, sentindo-se repelidas por suas apetências coerentes com a Fé,
acabam se excluindo, cheias de perplexidades, em razão de sua consciência
duramente violentada. Não as justificamos, estamos apenas descrevendo o
fenômeno. Caberia permanecer na Igreja em estado de resistência contra os maus
católicos. Mas é inegável que essas almas têm essas atenuantes.
Basta viajar
pelo interior do Brasil para deparar com uma quantidade incontável de
escândalos morais, litúrgicos e doutrinários que transudam numa incontável
quantidade de paróquias. Fiéis perplexos, desorientados, vazios, se dispersam,
como ovelhas desgarradas pelos campos, à mercê dos lobos espertos que logo as
acediam com suas charlatanices, heresias e marketing pseudoreligioso.
Pobres almas
remidas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem tem pena delas?
Quantas
autoridades religiosas só tratam de assuntos materiais e temporais, dir-se-ia
que perderam a Fé. Dão palpites a propósito de tudo o que não lhes diz
respeito, apoiando reivindicações sociais sempre voltadas para a esquerda,
muitas vezes contrárias à doutrina e à moral da Santa Igreja; enquanto as almas
se desviam aos borbotões. “Pelos seus
frutos vós os conhecereis” diz São Mateus, e os frutos aí estão. Uma diminuição
enorme de católicos.
Apesar dos
números reveladores e das evidências, a obstinação em caminhar pelas vias do
“progressismo”, da teologia da libertação, de práticas inspiradas no
protestantismo pentecostal etc., é determinada.
Será por um
consciente espírito autodemolidor?
Para dar um
exemplo que endossa essas considerações, a má vontade e incompreensão que
sofrem vários sacerdotes desejosos de, apoiados no Motu Próprio de Bento XVI,
celebrarem a Missa Tridentina.
Há sacerdotes
relegados , por causa disso, a celebrar fora das cidades, em sítios distantes,
em condições materiais precárias, em
sensível pobreza. Outros vivem numa perpétua insegurança sobre o que lhes pode
acontecer, pelo fato de serem conservadores, desejarem celebrar o ritual
tradicional e usarem batina.
Não faltam
bispos que colocam toda sorte de dificuldades para permitir a celebração da
Missa tradicional, que, não obstante, ganha cada vez mais adeptos.
Não será que
essa tendência conservadora pode começar a recuperar o terreno perdido? Por que
não favorece-la mais?
Além disso,
respeitáveis senhoras são ridicularizadas publicamente até por sacerdotes
durante as missas, por se apresentarem de véu para comungar. Ao mesmo tempo,
moças indecorosamente vestidas recebem livremente a comunhão.
A outros se
lhes nega a absolvição pelo fato de se confessarem conforme aprenderam no
catecismo e não - para usar uma expressão utilizada por alguns confessores –
segundo a “moda atual” de confissão na Igreja, que mais parece “um papo” do que
uma acusação dos pecados.
Chegamos ao
ponto de sacerdotes afirmarem publicamente: “Aqui o Papa não manda nada” etc...
Conheço testemunhas de todos esses fatos.
Enquanto isso,
as almas vão se esfriando, apagando, se retirando, abandonando nossa Santa
Igreja. Contudo, para muitos clérigos, este fato parece não causar dor nenhuma.
Continuam sua marcha demolidora da Igreja e mortal para as almas.
Serão eles
realmente pastores? Aqueles que, segundo Nosso Senhor, dão a vida pelas suas
ovelhas? Ou serão lobos com pele de ovelha, o sal que não salga? A pergunta
fica colocada.
Imagino quanto
esta situação faz sofrer os autênticos pastores de Nosso Senhor!
Em qualquer
caso, independente de quantos o traiam, certíssimo é que Nosso Senhor é a
cabeça da Igreja, e que Esta constitui Seu Corpo Místico. A parte humana da
Igreja é sujeita a erros, mas o seu caráter divino e infalível é inatingível
pela conspurcação dos seus inimigos, especialmente dos que, a partir de dentro
A traem – de acordo com a constatação de Paulo VI lembrada acima.
Conforme
prometeu Nosso Senhor, “as portas do Inferno não prevalecerão contra Ela”;
portanto, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a única Igreja verdadeira
do único Deus verdadeiro, vencerá a todos que lutam contra Ela. Sejam eles quem
e quantos forem.
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